sábado, 18 de maio de 2013

Desemprego e crise da meia idade



"Tenho medo que o comboio descarrile"
"À frustração existencial acresce uma verdadeira angústia de época. A crise e os seus derivados que desiludem vieram trazer uma perturbação suplementar. "Há seis meses eu achava que a minha vida  corria sobre carris demasiado direitos! Continuo a ter essa sensação mas neste momento estou  com medo que o comboio descarrile", explica um futuro ex-lutador. Descobrir aos 40 anos que se renunciou a muitas coisas -  demasiadas coisas? - é bastante normal, e por vezes salutar. Admitir que nem sequer se conseguiu segurança material? Essa é a sensação mais amarga de engolir. "(Revista Máxima - Por Valérie de Saint-Pierre)


Segundo dados de um inquérito ao Emprego, efetuado pelo INE (Instituto Nacional de Estatística), chegou-se à conclusão que o desemprego tem vindo a aumentar em todas as faixas etárias.
Mas focando mais atentamente a idade adulta é notório o aumento da taxa de desemprego a partir dos 25 anos, com um aumento de 1,3% até aos 34 anos, 1,2% entre os 35 e os 44 anos, sendo a população com idade igual ou superior a 45 anos a mais afetada, com 1,7% de aumento desta taxa, em relação ao ano 2010 e 2011.
O índice de dependência total também aumentou 2,2% de 2010 para 2011 e a população portuguesa tende a ficar cada vez mais envelhecida, já que o índice de envelhecimento aumentou drasticamente e o índice de longevidade tende a aumentar ao longo do tempo.
Ora, será o desemprego e a velhice umas das principais causas para os problemas da idade adulta, mais conhecidos por crises da meia idade?
O medo de envelhecer sem a garantia de uma vida estável até lá é muitas vezes o principal fator de receio da população adulta: “Será que era esta a vida que desejei para mim?”, “Produzirei algo de útil, para mim e para os outros?” ou “Terei eu realizado todos os meus sonhos?”, são perguntas cuja certeza da resposta vai ficando sem força e vai fazendo com que cresça uma necessidade de afirmação, típica da crise da meia idade.

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